O Epicentro
- Na foto: Dr. Carlos Silvado, Dr. John Gates e Dr. Luciano de Paola
- Primeiro Video EEG do HC
O EPICENTRO – Centro de Atendimento Integral de Epilepsias – surgiu a partir da opinião de seus sócios fundadores em torno da necessidade de um centro dedicado ao tratamento das epilepsias em nosso estado.
Era o início da década de 90. Conceitualmente, o EPICENTRO evoluiu com base no trabalho até então realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, onde o Dr. Duilton de Paola encabeçava o Serviço de Eletrencefalografia, o Dr. Carlos Silvado iniciava um programa dedicado ao diagnóstico e tratamento das epilepsias e o Dr. Luciano de Paola preparava sua formação no atendimento terciário a epilepsia, incluindo monitorizações contínuas e abordagem cirúrgica nas epilepsias de difícil controle. O conhecimento então agregado, adicionado ao tutorial do Dr. John Gates (foto 1), do Minnesota EpilepsyGroup, St Paul, Minnesota (instituição co-irmã do EPICENTRO) foram essenciais para a formatação do serviço.
A idéia era simples: produzir um atendimento integral a pessoa com epilepsia, com uma abordagem dedicada e multiprofissional, englobando todos os níveis de atuação no diagnóstica e nos tratamentos clínico e cirúrgico.
A etapa seguinte incluiu o investimento em recursos humanos, com o recrutamento e capacitação – em ambiente nacional e internacional – dos profissionais da futura equipe. Em 1996, já com sua equipe multiprofissional (neurofisiologistas, neurologistas, neurologistas infantis, neurocirurgiões, neuropsicólogos, enfermeiras clínicas e técnicos em eletrencefalografia) experimentada no atendimento de epilepsia iniciamos as nossas atividade.
O EPICENTRO iniciou suas atividades, à época na Clínica de Fraturas XV, onde instalações apropriadas e especificamente desenhadas para a finalidade haviam sido concluídas. Pela primeira vez em nossa cidade era possível a monitorização contínua com vídeo-eletrencefalografia, 24hr/dia, acompanhada de forma presencial por pessoal técnico, sem dúvida o alicerce para o diagnóstico diferencial, quantificação e localização de crises epilépticas. Eram também realizados video-eletrencefalogramas de rotina, poligrafias neonatais e polissonografias, além do quase exclusivo Teste de Wada, visando determinação da dominância cerebral para fala e memória, informação crucial no planejamento da estratégia cirúrgica em alguns pacientes.
Procedimentos complexos e invasivos para avaliação e tratamento cirurgico de epilepsia, como registro com eletrodos intracranianos (forame oval e subdurais), estimulação cortical com mapeamento da função cortical das áreas eloquentes e de início ictal, complementados com eletrocorticografia e estimulação cortical intraoperatórias são realizados de forma rotineira. Neuromodulação, com implante de estimulador do nervo vago, tambem é realizada em pacientes sem indicação de tratamento cirurgico ressectivo.
Em ambiente de UTI frequentemente ocorrem crises epilepticas ou estado de mal epileptico, sendo a realização de registros video-eletroencefalográficos emergenciais ou contínuo, para diagnóstico ou controle do tratamento essenciais no manejo destes pacientes. O EPICENTRO é um dos pioneiros na utilização deste recurso em nosso meio, realizado de forma conjunta com os colegas da terapia intensiva do Hospital Nossa Senhora das Graças e de outros hospitais de Curitiba.
Com o incremento de nossa abrangência foi necessário reconsiderar o ambiente físico de trabalho e adequação da equipe. Para contribuir no atendimento clínico e cirurgico das epilepsias em crianças, a Dra. Vera Cristina Terra, que por 16 anos foi a responsável pelo Centro de Epilepsia Pediátrico do Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto, incorporou-se a nossa equipe em 2012.
Finalmente, em 2013 iniciou-se uma nova etapa, com a efetiva transferência do EPICENTRO ao Hospital Nossa Senhora das Graças, em área exclusiva e dedicada para atendimento ambulatorial e em regime de internação. As novas instalações vieram acompanhadas da aquisição de equipamentos de última geração na área, viabilizando a realização plena de todas as etapas – não invasivas e invasivas – da investigação armada em todas as faixas etárias, mesmo nos casos mais desafiadores.
Esperamos com isso perpetuar nossa missão, qual seja o atendimento integral a pessoas com epilepsia, aliando um contínuo embasamento científico com o cuidado multiprofissional aos nossos pacientes e seus familiares.